Superpredadores
A lista abaixo apresenta alguns dos animais que os Caçadores Interplanetários enfrentam no livro Predador Alfa, bem como suas características principais.
Megalodon
Recriado pela paleo-enganharia genética, esta temível criatura aquática dominou os mares do planeta Terra entre 25 e 1,5 milhão de anos atrás, durante a Era Cenozoica. Depois da sua extinção, os únicos sinais da sua passagem por aquele mundo foram os dentes de mais de dezoito centímetros de comprimento encontrados como fósseis. A comparação com os dentes do tubarão branco fez os pesquisadores acreditarem que a mordida do Megalodon fosse a mais poderosa de todos os animais que já viveram na Terra.
A clonagem do Megalodon confirmou as suspeitas dos pesquisadores. As técnicas de recuperação genética fizeram surgir uma criatura de vinte metros de comprimento, pesando cerca de oitenta toneladas, com um cérebro quase totalmente voltado para atacar e devorar qualquer coisa que se mova dentro da água.
O Megalodon foi reintroduzido no planeta Hidra, uma Reserva de Caça voltada para atividades de pesca, com a finalidade de reduzir a população de varunas. As varunas são animais alienígenas que reduzem a eficácia da pesca por se alimentarem vorazmente dos peixes terráqueos introduzidos em Hidra. A presença do Megalodon ajudou a controlar as varunas, garantindo que Hidra pudesse continuar sendo explorado comercialmente para a pesca.
O Megalodon não está na lista de animais cinegéticos (que podem ser caçados), mas pode ser indicado como um dos desafios do torneio Alpha Rapax, colocando à prova toda a coragem e habilidade do competidor.
Verme da Lava
De todos os animais observados nos planetas onde se encontrou vida, o verme da lava é certamente um dos mais intrigantes. Nenhuma outra forma de vida encontrada até hoje consegue sobreviver na lava. Aparentemente, este é um requisito para ser bem-sucedido no planeta Igneu.
O verme da lava parece sobreviver por ter todo o seu corpo revestido por niobreno, um dos materiais mais resistentes e refratários encontrados na natureza. As escamas de niobreno recobrem o corpo do verme como uma armadura que o protege do calor, garantindo a sobrevivência do animal a incríveis 1500°C.
Pouco se sabe a respeito do verme da lava. Questões como reprodução e desenvolvimento ainda não foram respondidas. O que se conhece é que ele é o predador alfa de Igneu.
O interesse em caçar essa criatura reside nas propriedades mecânicas e térmicas do niobreno, o que faz com que suas escamas, que podem revestir as brocas perfuratrizes dos exploradores interplanetários de minérios, tenham um valor extremamente elevado.
Por causa do modo de vida desse extremófilo (forma de vida que tem como habitat lugares com extremos de temperatura, pH ou pressão), o verme da lava nunca foi caçado. As escamas de niobreno recuperadas até hoje foram coletadas de animais mortos em lagos de lava extintos ou em escavações no planeta Igneu.
Megatilacino
O tilacino foi um marsupial que viveu no planeta Terra em regiões como a Austrália e a Tasmânia. A caça predatória fez com que ele fosse considerado extinto em 1936.
Clonado, o animal foi introduzido no planeta rochoso Roko-tagon, onde sofreu mutações por causa da radioatividade elevada das savanas daquele mundo. Assim, os astrobiólogos já não consideram aquela espécie o tilacino clonado, mas uma nova espécie batizada de megatilacino.
O megatilacino (vulgo tigre de Roko-tagon) é uma espécie carnívora que vive e caça em bandos numerosos. Os machos podem chegar a 1,8 metro de altura e pesar 200 quilos. São caçadores com hábitos noturnos. Ao se reproduzirem em Roko-tagon, eles se tornaram instantaneamente os predadores alfa daquele planeta.
A caça ao megatilacino segue um planejamento rígido que tem o objetivo de manter o equilíbrio ecológico tão frágil daquele planeta terraformado.
Aello
Também conhecido como “gavião monstruoso de Nimbus”, esta criatura alada é o predador alfa de um planeta jovem. Há mais de três subespécies reconhecidas de Aellos. A maior delas pode chegar a cinco metros de envergadura.
Pouco se sabe a respeito dos hábitos deste animal. Sua principal característica é ter os melhores olhos entre todos os animais conhecidos, capazes de encontrar uma presa a 5 mil metros de distância mesmo entre as nuvens de Nimbus. Esta característica faz do Aello um predador perigoso, que ataca qualquer coisa que destoe do ambiente montanhoso do planeta. Este é o motivo de ter sido pouco estudado.
Há evidências de que o gavião monstruoso de Nimbus viaje em bandos de centenas ou milhares de indivíduos. Alguns pesquisadores citam que todas as formas de vida de Nimbus são caçadas durante esta “passagem migratória”, causando um rastro de destruição e morte.
É consenso geral que o Aello é o predador alfa do planeta que habita, e que caçá-lo em um mundo repleto de formações rochosas íngremes e altas é uma das atividades mais difíceis, mesmo para os caçadores mais experientes.
Salariat
Há boas razões para esta criatura ser chamada de dragão de gelo de Eisigenberg. Podendo pesar até 200 toneladas e medindo cinquenta metros da cabeça à cauda, este animal de oito patas é um carnívoro restrito capaz de predar qualquer outra criatura de seu mundo, vencendo pela força e agilidade.
Alguns especialistas lembram que o salariat não pode ser considerado um predador alfa se levarem em conta a definição do termo. O salariat pode ser caçado e comido por outros animais da lua congelada Eisigenberg. No entanto, as relações ecológicas daquele mundo são tão únicas que fazem com que o conceito de predador alfa seja modificado. Ao invés de considerar um predador sem predadores, deve-se contar com uma definição mais flexível e dizer que, em Eisigenberg, o predador alfa é aquele com a variedade mais ampla de presas e o menor número de predadores, já que todas as formas de vida daquela lua são animais predadores em uma constante corrida armamentista evolutiva.
Outro fator que faz dele um vencedor desta corrida é a carapaça extremamente resistente que cobre todo o corpo, inclusive a boca. Durante uma caçada, o salariat abre as placas frontais e revela a mandíbula que usa para perfurar e estraçalhar a presa.
Assim como as outras formas de vida de Eisigenberg, o salariat é adaptado a viver em temperaturas em torno de -50°C. Não existe água em seu corpo. Uma substância chamada criolinfa serve de fluído corporal. Ele não possui sistema circulatório e não tem um cérebro parecido com o que encontramos nos animais de origem terráquea. Por isso, armas convencionais não surtem efeito para abater um salariat.
O caçador que se aventura em caçar um animal deste porte deve estar preparado para enfrentar não apenas a força deste predador, mas o ambiente adverso de Eisigenberg.
Não há interesse comercial em caçar o salariat, mas ele é caçado por causa de um parasita que pode ser encontrado em seu sistema digestivo, o sin-dikalix, que apresenta muito interesse mercadológico.